A voz clama no deserto: “Preparai os caminhos do Senhor”.
Foram muitos anos, meu senhor, que eu andei por esses desertos urbanos e humanos e, também, tentei ser voz. Foram muitos caminhos. Caminhos infindos, pelas manhãs de todas as estações desses anos. Caminhos escondidos em cada entardecer, às vezes com por do sol, noutras vezes, com ventos e trovoadas. Caminhos íngremes por becos e ruas, saltando pontes, virando montes. Por mil caminhos caminhei. Fui voz na vila que era do esposo de Maria. Fui voz na vida de tantos. Fui voz que tentou reerguer e que, em muitas vezes, acabou caída, solitária, entristecida. Mas fui voz ardente. Fui voz firme. Fui voz forte. Fui voz que tentou falar e preparar o caminho. Foi voz que tentou alertar os que tivessem ouvidos para ouvir, que o céu é aqui, no dia a dia do nosso falar e do nosso calar. Fui foz contida, engasgada e traída. Um dia fui a voz num imenso jardim. Como o do Éden. Fui voz de Marias e fui voz de Josés. Fui voz na dor. Ah, como fui voz na dor!!! Fui voz, também, no amor. Esse tipo de voz é mais fácil de ser. Porque ser voz na dor, embora necessário, dói. Enquanto que ser voz no amor, a gente ama junto. Fui voz de sino, como também fui voz de menino que, simplesmente, me vez calar, pedindo-me apenas para amarrar seu tênis. Fui voz que canta, e cantei. Fui voz na praça. Fui voz à meia noite, como também, fui voz no raiar do dia. Fui voz ao meio dia e ao cair da tarde. Fui voz para os pobres e, também, para os que se consideravam ricos, muito embora nunca acreditei que fossem. Então, meu senhor, fui e serei voz, enquanto pude e enquanto puder ser. Tem mais uma coisa e, para mim, a essencial: o bonito de ser voz, como a do deserto, é que ela passa. E o mais bonito ainda, é reconhecer que mesmo passando a voz, a Palavra permanece e jamais passará.
Dia 11 de dezembro completo 23 anos de voz dAquele que é a Palavra e que se fez carne e que habitou entre nós. Oxalá que venham muito mais anos e que, pela vida, minha voz não se canse, até que cessem meus cantares. E, assim, no silêncio de minha voz, eu contemple, na plenitude, o Mistério que não me fez calar.
Que o Advento do Menino Deus inspire-nos à “Proclamar a Palavra” pela nossa vida.
Foram muitos anos, meu senhor, que eu andei por esses desertos urbanos e humanos e, também, tentei ser voz. Foram muitos caminhos. Caminhos infindos, pelas manhãs de todas as estações desses anos. Caminhos escondidos em cada entardecer, às vezes com por do sol, noutras vezes, com ventos e trovoadas. Caminhos íngremes por becos e ruas, saltando pontes, virando montes. Por mil caminhos caminhei. Fui voz na vila que era do esposo de Maria. Fui voz na vida de tantos. Fui voz que tentou reerguer e que, em muitas vezes, acabou caída, solitária, entristecida. Mas fui voz ardente. Fui voz firme. Fui voz forte. Fui voz que tentou falar e preparar o caminho. Foi voz que tentou alertar os que tivessem ouvidos para ouvir, que o céu é aqui, no dia a dia do nosso falar e do nosso calar. Fui foz contida, engasgada e traída. Um dia fui a voz num imenso jardim. Como o do Éden. Fui voz de Marias e fui voz de Josés. Fui voz na dor. Ah, como fui voz na dor!!! Fui voz, também, no amor. Esse tipo de voz é mais fácil de ser. Porque ser voz na dor, embora necessário, dói. Enquanto que ser voz no amor, a gente ama junto. Fui voz de sino, como também fui voz de menino que, simplesmente, me vez calar, pedindo-me apenas para amarrar seu tênis. Fui voz que canta, e cantei. Fui voz na praça. Fui voz à meia noite, como também, fui voz no raiar do dia. Fui voz ao meio dia e ao cair da tarde. Fui voz para os pobres e, também, para os que se consideravam ricos, muito embora nunca acreditei que fossem. Então, meu senhor, fui e serei voz, enquanto pude e enquanto puder ser. Tem mais uma coisa e, para mim, a essencial: o bonito de ser voz, como a do deserto, é que ela passa. E o mais bonito ainda, é reconhecer que mesmo passando a voz, a Palavra permanece e jamais passará.
Dia 11 de dezembro completo 23 anos de voz dAquele que é a Palavra e que se fez carne e que habitou entre nós. Oxalá que venham muito mais anos e que, pela vida, minha voz não se canse, até que cessem meus cantares. E, assim, no silêncio de minha voz, eu contemple, na plenitude, o Mistério que não me fez calar.
Que o Advento do Menino Deus inspire-nos à “Proclamar a Palavra” pela nossa vida.