2014 – O ano que não terminará

Todos percebemos que passamos por um momento delicado na sociedade brasileira. Entre os prós e os contra, acredito numa grande oportunidade de crescimento de um debate político e, consequentemente, a tomada de consciência de que, enquanto “cidadãos da pólis”, podemos contribuir muito para as futuras gerações em nosso país. Antes do debate político, será necessário rever a própria vida, os valores que a constituem, voltar ao berço, resgatar princípios que às vezes perdemos pelo caminho. Depois sim, retomemos o nosso debate em sociedade. O princípio norteador do debate, seja nos órgãos públicos – pelos magistrados, políticos e outros – na escola, na família, nos bares, nas rodas de amigos, nos seminários que propusermos, deverá ser sempre a humildade, o respeito à liberdade e ao direito de cada um e, também, o desejo mútuo de construirmos uma nação de irmãos. Suponho que, a partir de uma reflexão sobre dados históricos, realidade e perspectivas, poderemos traçar metas que nortearão a vida dos brasileiros no que tange a dignidade humana, maneiras para sobrevivência de todos sem distinção e a possibilidade da construção de uma nova sociedade, onde não haja “perdedores” e sim participantes de um processo de construção da vida. No debate proposto, devemos sim, abrir processos para cobrar e punir os que desviaram e desviam o dinheiro público para a satisfação de seus interesses, seja quem for – de todos os partidos e não somente de um – fazendo-os, antes de tudo, restituir aos cofres públicos o que embolsaram com suas falcatruas. No debate, também, poderemos criar oportunidade para retificar o que ainda não deu certo, ratificar o que sabemos que é conquista e implementar novas ações para crescermos ainda mais, enquanto sociedade democrática que, apesar de nova, saberá conviver com a diferença como complemento e não como algo descartável e abominável. O resultado das eleições de 26/10 não me preocupa. O que está à baila de minha preocupação são as consequências e posturas dos “ganhadores” e dos “perdedores”. Suas ofensas mútuas e suas posturas, às vezes até “irracionais” diante de algo sublime e nobre que é o direito de cada um de escolher o representante que quer para sua nação. Não vejo nesse momento “ganhadores” ou “perdedores”, mas sim um grande e maravilhoso povo, rico na sua diversidade, na sua cultura, no seu modo de viver. Vejo milhares de corações que podem, no amor e na paz, construírem um mundo novo, pulsando o mesmo ideal – a vida para todos.

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